As pinturas de Altamira

09/06/2013 18:17
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Localização: caverna situada a 30 km da cidade de Santander, na Cantábria (Espanha), na qual se conserva um dos conjuntos pictóricos mais importantes da Pré-Historia.

A arte patente em Altamira pertence aos períodos Magdaleniano(entre 16.500 e 14.000 anos atrás) e Solutreano (18.500 anos atrás), dentro do Paleolítico Superior, e seu estilo artístico constitui a denominada "escola franco-cantábrica", caracterizada pelo realismo das figuras representadas.

Por volta de 13 mil anos atrás, a queda de uma rocha bloqueou a entrada da caverna, impedindo a continuidade da ocupação humana e preservando o seu interior.

Descoberta

As pinturas de Altamira, descobertas em 1879, foram o primeiro conjunto pictórico pré-histórico de grande extensão descoberto. O realismo de suas cenas provocou um debate em torno de sua autenticidade, até ser aceita como uma obra artística realizada por homens do Paleolítico.

Seu primeiro defensor foi Marcelino Sanz de Sautuola. Quando a descoberta foi revelada por Sautuola, o pesquisador francês Émile Cartilhac opôs-se à sua autenticidade, afirmando que seriam obras de pastores da Idade Média.

Porém, com a descoberta, a partir de 1895, de gravações e pinturas nas cavernas francesas de La Mouthe, Combarelles e Font-de-Gaume, Cartailhac revê seu ponto de vista e, após visitar a caverna, escreveu na revista L'Antropologie (1902) um artigo intitulado La grotte d' Altamira. Mea culpa d' un sceptique.

Fixada a autenticidade das pinturas, iniciou-se o debate sobre a própria obra. As divergências entre os investigadores centram-se em torno da misteriosa finalidade das mesmas e de seu valor artístico e arqueológico.

Modernamente, amparados en estudos em jazidas e santuários tanto subterrâneos como ao ar livre, com a ajuda do C14, os investigadores Laming e Leroi-Gurhan propuseram para as pinturas de Altamira uma datação entre 15.000 e 12.000 anos a.C., pertencentes portanto ao período Magdaleniano.

A caverna de Altamira é relativamente pequena, com 270 metros de longitude, e apresenta uma estrutura simples formada por uma galeria com escassas ramificações, na qual se definem três zonas: Uma primeira formada por um vestíbulo amplo, iluminado pela luz natural e que foi o lugar preferencialmente habitado por gerações desde o início do Paleolítico Superior; do vestíbulo passa-se à grande sala de pinturas policrómicas, apelidada de "A Capela Sixtina da Arte do Quaternário";

Em outras salas e corredores também há manifestações artísticas de menor importância. Presentemente, o aspecto da grande sala dos bisontes sofreu enorme variação desde 1879, quando María Sautuola (filha de Marcelino Sautuola) a viu pela primeira vez. A sua abóbada ainda mantém os 18 metros comprimento por 9 de largura, porém a sua altura original (entre 190 e 110 cm) foi ampliada, rebaixando-se o solo para facilitar a cómoda contemplação das pinturas.

https://museodealtamira.mcu.es