Arte rupestre do Côa

09/06/2013 18:08

O Vale do rio Côa constitui um local único no mundo. Apresenta manifestações artísticas ao ar livre datáveis para diversos momentos da Pré-História. Aqui se encontra o maior conjunto de figurações paleolíticas ao ar livre até hoje conhecidas...

Foz Coa Arte Rupestre
Cervídeos pintados a vermelho

No vale do Côa existem milhares de gravuras do período Paleolítico. O seu estudo está a ser realizado por uma equipa de arqueólogos coordenada por Mário Varela Gomes e António Martinho Baptista — e demorará anos.

O conhecimento desta descoberta chegou à UNESCO, que lhe atribuiu a classificação de Património Cultural da Humanidade, facto que impediu a continuação da construção de uma barragem que para ali estava projectada. Em consequência do reconhecimento do interesse patrimonial deste conjunto de achados, foi decidido em 1995 criar na região o Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Visitas guiadas

O crescente interesse pelas gravuras resultou no nascimento doParque Arqueológico do Vale do Côa. Desde 1996 o Parque Arqueológico organiza visitas guiadas às gravuras rupestres. O visitante é recebido nos Centros de Recepção instalados nas aldeias de Muxagata e Castelo Melhor, a partir das quais é transportado em jipes. Pode visitar três núcleos de gravuras:

  • o da Canada do Inferno (a partida faz-se no centro da cidade, desde a sede do Parque),
  • o da Penascosa (parte de Castelo Melhor) e
  • o de Ribeira dos Piscos (desde a aldeia de Muxagata).

Para visitar as gravuras rupestres, é obrigatório efectuar reserva! E para assegurar a sua vaga, aconselhamos que reserve no mínimo com 1 semana de antecedência.

Neste momento, o único modo de visitar o parque é através de uma visita guiada. Essa visita realiza-se num dos jipes do centro de arte rupestre conduzidos por guias. Além do património arqueológico, este complexo possui também um importante património de fauna e flora, proporcionando uma fantástica paisagem ao visitante.

A gestão das visitas às gravuras é feita pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), sediado em Vila Nova de Foz Côa, junto do qual devem ser feitas as respectivas inscrições para o efeito.

A visita requer marcação prévia, através do telefone 279 768 260

No rasto dos caçadores paleolíticos

"No rasto dos caçadores paleolíticos" é o novo circuito de visitas a sítios arqueológicos que o PAVC lançou para assinalar sete anos de Património Mundial.

É mais um complemento às restantes modalidades já inauguradas este ano - visitas nocturnas, de barco e Ateliês de Arqueologia Experimental (AAE). O novo circuito destina-se essencialmente a quem já visitou os núcleos de gravuras rupestres, mas também pode ter um público próprio. Pretende-se que possam perceber como viveram os homens do Paleolítico por onde circulavam, como preparavam as suas armas de caça, como abatiam e retalhavam as presas, entre outras tarefas da época.

Durante o percurso, que tem particular incidência na zona de Almendra, será mostrada aos participantes uma "maleta pedagógica", que contém um conjunto de réplicas de artefactos utilizados na caça, recolecção e na gravação dos motivos artísticos que hoje podem ser apreciados nos painéis de xisto do Vale do Côa. Um guia explicativo enquadra e interpreta o modo de vida das comunidades que habitaram o vale durante o período Paleolítico, entre 30 e 10 mil anos antes do presente.

Links

A história da descoberta, nos vales dos rios Côa e Douro, de um elevado número de gravuras rupestres do Paleolítico Superior

linkwww.ipa.min-cultura.pt/coa

linkwww.cm-fozcoa.pt

O sistema de visita e a preservação da arte rupestre em dois sítios de ar livre do Nordeste português: o Vale do Côa e Mazoucowww.ipa.min-cultura.pt/pubs/RPA/v6n2/folder/005.pdf