Animais da Pré-História

09/06/2013 19:06


DINOSSÁURIOS

Caracterização
O que são?


O que são? A palavra dinossauro ou dinossáurio deriva da composição de duas palavras gregas déinos - terrível - e saurós – lagarto (por extensão, réptil). Trata-se da denominação dada a qualquer membro de um grupo de arcossauros surgido no final do período Triássico (há cerca de 230 milhões de anos) e dominante na fauna terrestre durante boa parte da era Mesozóica, do início do Jurássico até ao final do período Cretácico (há cerca de 65 milhões de anos), aquando da extinção de quase todas as linhagens, à excepção das aves – únicos representantes actuais. O dinossáurio distingue-se de outros arcossáurios (como pterossáurios e crocodilos) por um conjunto de características anatómicas, entre as quais se destacam a posição dos membros em relação ao corpo – projectados directamente para baixo – e o acetábulo (encaixe do fémur na região da bacia) aberto, isto é, o fémur encaixa-se num orifício formado pelos ossos da bacia. A maior parte dos dinossáurios era de grandes dimensões, tendo algumas espécies atingido 27 metros de altura, mas alguns eram tão pequenos como aves de capoeira. Sabe-se que os dinossáurios terão desaparecido há 65 milhões de anos por razões ainda não inteiramente compreendidas, apesar de existirem muitas teorias para explicar a sua extinção em massa. Uma delas aponta no sentido de ter ocorrido, há 65 milhões de anos, a colisão de um meteorito gigante, ou de um conjunto de meteoritos, com a Terra, o que teria provocado uma cortina de resíduos, que teria alterado o clima de forma tão súbita e radical que os dinossáurios não se teriam tido tempo para se adaptar e evitar a extinção generalizada que sobreveio. O impacto deste hipotético meteorito gigante teria levantado na atmosfera poeira suficiente para impedir que a luz do Sol alcançasse a superfície durante muitos anos, extinguindo desta forma muitas espécies vegetais e, por consequência, os dinossáurios vegetarianos que delas se alimentavam. Sem os dinossáurios vegetarianos, os carnívoros também acabariam por morrer, findando assim a era dos dinossáurios. Argumentos a favor desta teoria incluem a descoberta, em quase todo o planeta, de uma camada rochosa rica em irídio - um elemento raro na Terra, mas comum em corpos extraterrestres - datada desse período. A corroborar esta teoria parece estar também a enorme cratera existente no Golfo do México, cratera essa que terá resultado do impacto de um enorme meteorito há cerca 65 milhões de anos. Em Fevereiro de 2003, a NASA conseguiu, pela primeira vez, captar imagens nítidas e tridimensionais dos contornos desta cratera. Trata-se de um semicírculo com 3 a 5 metros de profundidade e 5 metros de largura. Pensa-se que a cratera teria 180 quilómetros de largura e 900 metros de profundidade, mas, actualmente, à face da Terra resta apenas o rebordo na península mexicana do Iucatão. Uma teoria alternativa sugere terem sido as alterações geográficas devidas à deriva dos continentes e às variações do nível médio das águas do mar que levaram à ocorrência de alterações climáticas e à mistura de populações de regiões anteriormente isoladas. Tal teria resultado numa competição acrescida e na propagação de doenças que se revelaram fatais.





De onde vieram?





De onde vieram?Os dinossáurios descendem provavelmente de um grupo de vertebrados marinhos, primitivos, sem maxilas, morfologicamente semelhantes aos peixes, conhecidos por agnatas, que existiram há 100 milhões de anos (e dos quais subsistem ainda alguns representantes de menores dimensões, como a lampreia). Estes agnatas, por sua vez, descendem de alguns cordados como os que surgiram na chamada “grande explosão” de vida que teve lugar no Câmbrico, há 544 milhões de anos. Por sua vez, os vertebrados terrestres – tetrápodes - tiveram origem num grupo de peixes sarcopterígios, que viveram do período Devónico ao Pérmico inferior, e que eram dotados de barbatanas suportadas por um esqueleto ósseo interno. Para além desta característica, possuíam igualmente a possibilidade de respirar simultaneamente por brânquias e por pulmões rudimentares, o que lhes permitiu abandonar temporariamente as águas mornas e pobres em oxigénio dos charcos e pântanos para se movimentarem em ambientes em que respiravam ar atmopsférico. Este estilo de vida acabaria por dar origem aos anfíbios (os primeiros tetrápodes). Seriam estes os antepassados de todos os vertebrados que passaram a viver e a caminhar sobre terra firme, e entre os quais se encontram os dinossáurios. Sistematizando, seriam mais ou menos estas as linhas de origem dos dinossáurios:Amniotas: - Sinapsídeos (linha dos terapsídeos que conduziu aos mamíferos modernos); - Répteis.Este grande grupo dos répteis dividir-se-ia em dois sub-grupos:- anapsídeos (linha que conduziu às tartarugas);- diapsídeos. Este grupo dividiu-se, por sua vez, em:- sauropterígios;- ictiossáurios;- lepidossáurios; (que conduziu aos lagartos e serpentes)- arcossáurios.Seria precisamente deste grupo de arcossáurios que se desenvolveriam os:- pterossáurios;- crocodilos; - dinosauria.Dos dinosauria terão evoluído as aves e os dinossáurios não avianos.O período de existência e supremacia dos dinossáurios está compreendido entre 230 e 65 milhões de anos atrás. Os crocodilos e as aves podem ser considerados os seus parentes vivos mais próximos.





Espécies de dinossáurios





O Brachiosaurus, por exemplo, era um herbívoro de pescoço comprido pertencente ao grupo dos saurópodes. Com cerca de 12,6 metros de altura, pesava 80 toneladas. O Compsognathus era carnívoro e corria sobre as patas traseiras, sendo o seu tamanho semelhante ao de uma galinha. Por seu lado, o Stegosaurus, um herbívoro coberto de placas ósseas pontiagudas e muito salientes, dispostas em duas filas ao longo da espinha dorsal, com um comprimento de cerca de 6 metros, tinha um cérebro com apenas cerca de 3 centímetros de diâmetro.É de referir que nem todos os dinossáurios tinham o cérebro pequeno; a comprová-lo estava, no extremo oposto, o Stenonychosaurus, um dinossauro caçador, de 2 metros de comprimento, que possuía um cérebro de tamanho comparável ao do de um mamífero ou ao de uma ave actuais, visão estereoscópica e patas dianteiras preênseis. Aparentemente, muitos dinossauros possuíam uma estrutura adaptada a elevados níveis de actividade. Um dos mais "mediáticos" dinossáurios, o tiranossauro, Tyrannosaurus rex, era um dinossauro terópode de grande tamanho, bípede e carnívoro, do período Cretácico Superior, que vivia principalmente na América do Norte e na Ásia. Apresenta-se de seguida uma pequena lista das espécies de dinossáurios mais conhecidas:
Alossauro
Braquiossauro
Carnotauro
Ceratossauro
Compsognathus
Diplódoco
Espinossauro
Estegossauro
Hadrossauro
Herrerassauro
Hipsilofodonte
Iguanodonte
Megalossauro
Ornitomimo
Oviráptor
Protocerátopo
Stegosauro
Stenonychosauro
Tiranossauro
Tricerátopo
Troodonte
Velociráptor





As últimas descobertas revelam...Aves modernas podem descender dos dinossáurios





Será que as aves como as conhecemos têm origem nos dinossáurios?Em 2003 foi anunciada a descoberta de um fóssil de dinossáurios que veio reforçar a tese defendida por alguns cientistas e segundo a qual as aves terão evoluído a partir destes animais pré-históricos. O fóssil, encontrado na China, apresentava as quatro patas cobertas com penas e tinha uma cauda que surgia como um tufo de penas. Segundo a equipa que estudou o fóssil, este dinossáurio deslocava-se no ar, planando de árvore para árvore, à semelhança do que fazem, presentemente, os esquilos. O fóssil, com 77 centímetros de comprimento, foi classificado como uma nova espécie do Microraptor, um género conhecido dos cientistas desde 2000, tendo-lhe sido atribuído o nome científico de Microraptor gui zhaoianus, estimando-se que tenha vivido há 124 milhões de anos no nordeste da China.Ou serão as aves modernas primas dos dinossáurios?Grande parte dos cientistas considera serem as aves descendentes dos dinossáurios. Mas outros cientistas sugerem que ambos derivam de um réptil ancestral comum que se terá desenolvido em duas linhas evolutivas distintas.Seja como for, o Microraptor gui zhaoianus parece-se de facto com as actuais aves tal como sucede com os dinossáurios carnívoros. Este espécimen é ele próprio um dinossáurio carnívoro com dentes e que não voava apesar de possuir penas. As suas unhas/garras encurvadas eram provavelmente usadas para trepar às árvores e para fugir dos predadores.A origem do vooOutra das questões levantadas por esta descoberta é como terão as aves (ou os seus ancestrais) começado a voar. Uma visão comum sobre este tema refere que o voo se terá desenvolvido quando certos animais de solo começaram a correr a velocidades cada vez maiores, tornando-se gradualmente capazes de saltar no ar.Mas outra visão aponta no sentido de o voo ter sido iniciado pelos pequenos dinossáurios que teriam começado a trepar às árvores, passando depois a planar/deslizar entre elas. Se esta teoria estiver correcta então o Microraptor gui zhaoianus poderá ser o elo perdido entre as aves actuais e os dinossáurios.





Os dinossáurios em PortugalAfinal também deixaram vestígios por aqui...





Em Abril de 2003, foi revelada uma descoberta, feita no ano de 1998, pela arquitecta Maria da Glória Araújo e pelos vigilantes António Frazão e Luís António do Parque Natural das Serras d'Aire e Candeeiros, onde foram encontradas centenas de pegadas de terópodes e dinossáurios carnívoros bípedes. Vale de Meios, uma laje com 7500 m2 repleta de marcas de dinossáurios pode ser considerado o local mais importante desta descoberta. Existe uma outra jazida paleontológica de pegadas de dinossáurios situada na Pedreira do Galinha, descoberta a 4 de Julho de 1994 por João Carvalho de STEA (Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia). Localiza-se na vertente oriental da Serra d’Aire, a cerca de 10 quilómetros de Fátima e a 16 de Torres Novas, na localidade do Bairro (Concelho de Ourém) em pleno Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros. Saliente-se que esta jazida do Jurássico médio (com cerca de 175 milhões de anos) contém, não só o mais antigo e o mais longo registo mundial de pegadas saurópodes, como também os testemunhos – em excelente estado de conservação – de alguns dos maiores animais terrestres jamais existentes. Os saurópodes eram dinossáurios herbívoros, quadrúpedes, possuidores de cabeça pequena e pescoço e cauda muito longos. O seu corpo maciço era suportado por membros grossos e possantes (semelhantes aos dos elefantes), ostentando, em cada polegar das mãos e dos pés, uma unha afilada ou garra. Os membros posteriores dos saurópodes eram, normalmente, maiores que os anteriores. Todas as pegadas que se podem observar na jazida da Pedreira do Galinha foram originalmente impressas numa lama calcária, muito fina e de grande plasticidade, depositada em meio marinho marginal e lagunar, muito pouco profundo (1 a 2 metros). Os sedimentos representados nos estratos visíveis na pedreira, depositados durante milhões de anos, foram posteriormente transformados em calcário, originando as espessas camadas de rocha que, até há relativamente pouco tempo, eram exploradas na pedreira.Na jazida, constituída pela superfície rochosa de uma destas camadas calcárias, com cerca de 60 000 m², podem observar-se várias centenas de pegadas organizadas em cerca de duas dezenas de pistas. De entre estas, destaca-se uma com 147 metros de comprimento, que corresponde à mais longa pista de dinossáurio saurópode conhecida no mundo. Os trilhos são compostos por impressões das extremidades dos membros anteriores e posteriores (a que correspondem os nossos mãos e pés, respectivamente), reflectindo nitidamente a passagem de grandes animais quadrúpedes. As impressões elípticas de maiores dimensões correspondem às marcas dos membros posteriores. Estas são imediatamente seguidas por impressões mais pequenas, em forma de meia-lua, que correspondem aos membros anteriores. Como curiosidade, refira-se que as pegadas de dinossáurio são estudadas pela Paleoicnologia, o ramo da Paleontologia que estuda os vestígios de actividade orgânica (galerias, pegadas, dejectos, ovos fósseis, etc.) dos seres vivos do passado geológico. O estudo paleoicnológico das pegadas fornece valiosas informações sobre a morfologia dos membros dos animais que as produziram, o modo de deslocação e a velocidade.Esta área da ciência viabiliza, ainda, a definição de certas características anatómicas dos animais, nomeadamente, o comprimento da perna, que é igual a cerca de quatro vezes o comprimento da pegada do pé, e a partir deste, tendo em consideração os esqueletos completos conhecidos, as dimensões aproximadas do animal. Assim, foi possível identificar na Pedreira do Galinha a passagem de animais de diferente porte, entre os quais um que poderia atingir cerca de 30 metros de comprimento.Através do estudo das pegadas, é igualmente possível conhecer o comportamento individual e social destes animais. No caso da jazida da Pedreira do Galinha, até ao momento, não foram encontradas evidências de comportamento gregário (deslocação em manadas). O conjunto das pistas sugere que se tratava sobretudo de indivíduos que se deslocavam isoladamente.Não apenas pela considerável extensão das pistas, mas também pela excelente conservação das impressões, o que lhe confere um invulgar valor científico e pedagógico, pode considerar-se esta jazida como um dos melhores exemplos de trilhos de saurópodes do mundo.A jazida paleontológica de pegadas de dinossauros da Pedreira do Galinha foi classificada como Monumento Natural em Outubro de 1996. Presentemente, está a ser elaborado um projecto de valorização que prevê a sua musealização e transformação num importante centro de educação ambiental e num pólo científico de divulgação da Geologia e da Paleontologia.

 


MAMUTES
Através dos continentes do hemisfério norte, numerosas manadas de enormes mamutes pastavam nas pradarias situadas nas orlas dos glaciares. Uma vida difícil mas à qual estes animais estavam bem adaptados... Por que não ficar a conhecer um pouco melhor estes animais já extintos que viviam em sociedades matriarcais?

A história dos mamutes

Símbolos da Idade do Gelo, estas criaturas foram dominantes e bem sucedidas em toda a enorme faixa de planícies que cobria o hemisfério norte. Os seus restos fósseis têm sido encontrados em todo o mundo. Alguns mamutes tinham uma altura superior em cerca de cinquenta por cento à dos actuais elefantes.Existiram vários tipos de mamutes, entre os quais os mamutes colombianos (Mammuthus columbi), descendentes do Mammuthus meridionalis, o mamute ancestral que chegou à América do Norte há cerca de um milhão de anos. Saídos do Alasca e do Território do Yukon percorreram o oeste dos Estados Unidos em direcção ao México e à América Central. De dimensões grandiosas, ostentavam uma altura de 4,20 metros e um peso que oscilava entre as 8 e as 10 toneladas. Os mamutes colombianos consumiam cerca de 317 kg de vegetação diariamente. A esperança de vida destes animais rondava os 50 anos. O Mammuthus primigenius, outra espécie de mamute, descendia do Mammuthus trogontherii. O Mammuthus primigenius vivia nos glaciares do sul deslocando-se da Europa do Norte, através da Sibéria, até à América do Norte. Relativamente mais pequeno que a espécie Mammuthus columbi tinha cerca de 3,30 metros de altura e um peso que variava entre 6 e 8 toneladas. Os cientistas crêem que a movimentação dos glaciares a partir do norte e leste forçou os Mammuthus primigenius a deslocarem-se para a região oeste daquele que é actualmente conhecido como o estado do Dakota do Sul, nos Estados Unidos. A variedade “peluda” (Mammuthus primigenius) tinha pelagem mais longa e espessa e era um pouco mais pequena do que o primo do Sul – o mamute colombiano. O mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) das zonas setentrionais possuía também grandes presas curvas. Os mamutes (pertencentes ao género Mammuthus) eram animais herbívoros que possuíam um pêlo longo e denso, com dentes caninos muito compridos, uma tromba, orelhas grandes e que viviam um pouco por todo o mundo. Actualmente, estas espécies estão extintas. Os vestígios mais antigos datam de há cerca de 2 milhões de anos e os mais recentes têm cerca de 9000 anos. Portanto, viveram milhões de anos depois de os dinossáurios terem desaparecido.Os mamutes assemelham-se aos actuais elefantes da Índia, já que ambos partilham o mesmo antepassado.Os mamutes alimentavam-se de ervas, gramíneas e rebentos de algumas árvores. A tromba destes animais estava bem adaptada para apanhar erva pois, ou se enrolava à volta de grandes tufos, arrancando-os, ou a sua ponta preênsil colhia plantas individualmente. Cada manada de mamutes era um matriarcado dirigido por uma fêmea idosa. As crias do sexo feminino permaneciam na manada durante toda a vida.Durante o período Pleistoceno, abundavam várias espécies de mamutes, quer no Velho Mundo quer no Novo Mundo, sendo estes animais caçados pelos seres humanos para servir de alimento. Os mamutes eram um pouco mais pequenos que os actuais elefantes, possuíam orelhas mais pequenas e um quente “sobretudo” de pêlo. Espalharam-se pela Sibéria no auge da última Idade do Gelo, quando a região tinha uma baixa precipitação e, consequentemente, estava coberta por estepe. Com o fim da Idade do Gelo o clima alterou-se. O incremento da precipitação (neve) transformou a estepe numa tundra pantanosa, aliada à caça protagonizada pela espécie humana podem ter sido factores decisivos para a extinção dos mamutes há cerca de 11 000 anos. A palavra "mamute" parece ter origem num dialecto siberiano e significa “toupeira”, pois muitos dos habitantes locais acreditavam que os animais (que encontravam integralmente preservados pelo frio com alguma frequência) estavam vivos e morriam quando entravam em contacto com a luz.Normalmente, os mamutes deslocavam-se em pequenas manadas de oito ou nove animais, mas, no Verão, quando se dirigiam para norte em busca de pasto, podiam juntar-se em grupos de milhares.Algumas presas (dentes caninos) eram direitas e outras encurvadas. Estes dentes eram de dimensões maiores que os dos mastodontes. O dente mais comprido encontrado até ao momento foi um dente com 4 metros de comprimento. Os animais utilizavam estes dentes em variadíssimas tarefas: desenterrar vegetação, combater, “lavrar” a neve em busca de comida, meio de intimidar os predadores e até elemento de atracção sexual durante o acasalamento. Curiosamente, as zonas mais planas destes dentes eram indicadores da lateralidade do mamute, que podia ser canhoto ou destro, tal se observa nos seres humanos.O dente mais comprido de mamute colombiano foi encontrado no estado do Texas, nos estado Unidos da América. Media cerca de 5 metros e pesava 94 quilogramas, encontrando-se no American Museum of Natural History em Nova Iorque.

Os mastodontes - breve caracterização

Mastodonte é a designação atribuída às espécies herbívoras pertencentes a uma família extinta (Mastodontidae) de mamíferos pertencentes à ordem dos elefantes (Proboscidae). Os mastodontes distinguiam-se dos elefantes e mamutes pela estrutura dos dentes mastigadores. Existiam numerosas espécies, entre as quais o mastodonte-americano, Mastodon americanum, com cerca de 3 metros de altura, que comia vegetação macia (folhas e ramos) nas florestas e nos campos norte-americanos. Eram caçados pelos seres humanos para servir de alimento. Os mastodontes mediam entre 2,5 e 3 metros de altura na altura do dorso, sendo as fêmeas um pouco menores, e pesavam entre 4 e 6 toneladas. Os mastodontes extinguiram-se há cerca de 10 000 anos e, actualmente, os paleontólogos tentam descobrir a razão subjacente. Os ossos são o que resta destes animais munidos de duas enormes presas ligeiramente curvadas para cima e cobertos por uma pelagem abundante, que os protegia do frio. Em Portugal, a presença dos mastodontes é bastante conhecida em Lisboa e nos vales do Tejo e do Sado.Os mastodontes apareceram em África há cerca de 35 milhões de anos, tendo-se depois espalhado pela Europa e pela Ásia. Há quase 4 milhões de anos migraram para a América do Norte através do estreito de Bering. Os últimos mastodontes desapareceram da Terra depois de terminada a última Idade do Gelo. Estes animais estavam bem adaptados ao frio, apresentando pêlo castanho comprido e muito denso. Também possuíam presas longas, que podiam atingir 2 metros de comprimento, e tê-las-iam usado para "pesquisar" a neve à procura de comida - folhas das árvores, arbustos e rebentos de várias plantas. Tanto os mastodontes como os mamutes faziam parte da dieta dos humanos de então e eram intensamente perseguidos. A família, em sentido comum, dos mastodontes inclui outros parentes também já desaparecidos, como os gonfotérios e os dinotérios. A tromba é um elemento comum a todos. Em Portugal, a presença de mastodontes, diz a informação distribuída pelo Museu do Instituto Geológico e Mineiro, é sobejamente conhecida nas formações geológicas do Miocénico e do Pliocénico. A primeira referência na bibliografia à existência de mastodontes no que agora é o território português data de 1907, e menciona a descoberta de um fragmento de um dente nas formações da Azambuja. No Museu do Instituto Geológico e Mineiro encontramos fragmentos de exemplares do Miocénico (há cerca de 15 milhões de anos) - Trilophodon angustidens e Tetralophodon longirostris - recolhidos pelo geólogo Georges Zbyszewski, em diversas jazidas da cidade de Lisboa (zonas de Marvila e de Chelas,por exemplo), entre o final da década de 30 e a de 50.

A Idade do Gelo - caracterização

A Idade do Gelo (período denominado Pleistoceno) começou há cerca de 1,6 milhão de anos. Não foi o primeiro episódio de clima frio na história da terra, uma vez que há 35 milhões de anos um grande bloco de gelo se formara na Antártida. Há cerca de 3,2 milhões de anos atrás, os gelos começaram a avançar pela América do Norte e Eurásia setentrional. No longo período que se seguiu, até há cerca de 12 mil anos, os continentes passaram por extremos de calor e frio, chuva e seca, mais intensos do que quaisquer outros registrados nos últimos séculos. A extraordinária capacidade da espécie humana para se adaptar a mudanças ambientais foi um factor crucial para a sobrevivência e dispersão do Homo sapiens. Há cerca de 12 mil anos, os seres humanos modernos haviam povoado quase todo o mundo então habitável, desde os húmidos trópicos até às franjas dos desertos e vastas regiões polares. Nas latitudes setentrionais, durante o Pleistoceno, o movimento das massa geladas afectou animais e plantas. Lençóis de gelo impenetráveis cobriam parte da Europa, Ásia, América do Norte, bloqueando mares e reduzindo as temperaturas médias de 10°C a 12°C e o nível dos oceanos em mais de 137 metros, muito abaixo do nível que hoje se observa. O homem conseguia viver longe das regiões equatoriais apenas nos períodos interglaciais, quando as geleiras recuavam e permitiam a dispersão para o norte das florestas de carvalho e abeto e da vegetação subártica, pasto de mamutes e renas. A descoberta do fogo e a capacidade de confeccionar roupas quentes facilitou a sobrevivência do ser humano.Estudos geológicos e paleontológicos permitem afirmar que ocorreu um avanço dos gelos mais ou menos a cada 100 mil anos, sempre seguido por um período de 10 mil anos (interglacial) de condições amenas similares às actuais.O continente africano, habitat original do homem primitivo, ficava longe do alcance das geleiras. Ainda assim foi afectado pelas mudanças de clima ocorridas na Idade do Gelo. À medida que a dilatação e a contracção das calotes de gelo alteravam as temperaturas – com expansão dos desertos em épocas frias e aumento das chuvas nas áridas savanas quando a temperatura voltava a subir – o Homem adaptava o seu estilo de vida às condições existentes. A água congelada reduziu o nível dos mares, permitindo a formação de "pontes" terrestres que ligaram as principais massas continentais e inúmeras ilhas isoladas. Há cerca de 50 mil anos atrás, pela primeira vez, alguns povos terão alcançado a Austrália e a Tasmânia atravessando um (então) estreito braço de mar. O Estreito de Bering, entre a Ásia Oriental e o Alasca, tornou-se uma via seca e possibilitou a migração de povos e animais. Então, por algum tempo, as camadas de gelo da América do Norte expandiram-se e fecharam a rota para o sul. Um corredor sem gelo abriu-se outra vez, há 14 mil anos, e os caçadores da Sibéria penetraram nas ricas terras de caça das planícies americanas.Ninguém pode afirmar com certeza até que ponto as populações humanas da Idade do Gelo foram responsáveis pela destruição de algumas espécies animais (como o mamute). Há, isso sim, pinturas rupestres descrevendo cenas de caça protagonizadas por animais extintos e restos de esqueletos de bastantes espécies de mamíferos entretanto extintos.Apenas alguns séculos após o final da Idade do Gelo, pequenos grupos humanos começaram a domesticar animais e a cultivar plantas, estabelecendo os fundamentos da revolução agrícola.